A Justiça gaúcha autorizou a progressão de regime para Graciele Ugulini, condenada pela morte do enteado Bernardo Uglione Boldrini, ocorrida em 2014. A decisão foi proferida pelo 1º Juizado da 2ª Vara de Execuções Criminais da Comarca de Porto Alegre, e garante à ré o direito de cumprir o restante da pena em regime semiaberto.
Condenada em 2019 a 34 anos e 7 meses de reclusão por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver, Graciele poderá, com a mudança de regime, trabalhar fora da prisão durante o dia e retornar à noite. A medida foi determinada nesta quinta-feira, 17, embora o pedido de prisão domiciliar com monitoramento eletrônico tenha sido negado pela Justiça.
A ré deve ser transferida, nos próximos cinco dias, para um estabelecimento prisional compatível com o novo regime. A defesa de Graciele Ugulini informou que não irá se manifestar sobre a decisão judicial.
O caso do menino Bernardo Uglione Boldrini chocou o país em abril de 2014. O garoto, à época com 11 anos, desapareceu em Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, no dia 4 de abril. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado às margens de um rio em Frederico Westphalen.
As investigações revelaram que o crime foi cometido pelo pai, Leandro Boldrini, pela madrasta, Graciele Ugulini, e pela amiga do casal, Edelvânia Wirganovicz, com apoio de Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia. A motivação foi considerada torpe e fútil, com uso de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Em julgamento ocorrido em 2019, todos foram condenados pelo Tribunal do Júri de Três Passos:
Graciele Ugulini: 34 anos e 7 meses de prisão
Leandro Boldrini: 33 anos e 8 meses de prisão
Edelvânia Wirganovicz: 22 anos e 10 meses de prisão
Evandro Wirganovicz: 9 anos e 6 meses, em regime semiaberto