Cerca de 5 mil agricultores e pecuaristas familiares, incluindo representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaboticaba, da prefeitura e do legislativo, além de diversos municípios da região, participaram do 11º Grito de Alerta, realizado nesta quarta-feira, 19, em São Luiz Gonzaga.
A mobilização, organizada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e pela Macro Regional Missões Fronteira Noroeste, tem como principal objetivo cobrar dos governos estadual e federal soluções urgentes para os desafios enfrentados pelo setor agropecuário.
A programação do evento inclui uma caminhada que partirá da praça central de São Luiz Gonzaga em direção a instituições financeiras e ao INSS, com paradas estratégicas em frente a cada prédio para manifestar as principais reivindicações. Entre as pautas prioritárias, destacam-se medidas para mitigar os impactos da estiagem, a necessidade de securitização das dívidas agrícolas e o fortalecimento do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).
Ações políticas em andamento
Enquanto os produtores se mobilizam no Rio Grande do Sul, em Brasília, o senador Luis Carlos Heinze encaminhou um documento solicitando uma reunião com os ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário para tratar da securitização das dívidas rurais. O tema já foi debatido na audiência do Senado realizada durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, na última sexta-feira, 14. A solicitação conta com assinaturas de diversas entidades, parlamentares e representantes do Executivo gaúcho.
Além disso, a questão deve ser discutida nesta quarta-feira, 19, em audiência pública na Comissão de Agricultura. No Congresso Nacional, dois projetos de lei que propõem a prorrogação dos débitos dos agricultores gaúchos foram protocolados – um pelo senador Heinze no Senado e outro pelo deputado federal Pedro Westphalen na Câmara dos Deputados.
Desafios da agricultura familiar
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS, enfatizou a gravidade da situação enfrentada pelos pequenos produtores rurais, ressaltando que, além das estiagens recorrentes, as enchentes de 2023 e 2024 agravaram ainda mais as dificuldades do setor.
"São anos seguidos de estiagem que vêm causando sérios problemas para as famílias. É essencial que os governos atentem para as necessidades do campo e adotem medidas urgentes para amenizar os impactos", declarou Silva.
O evento reuniu lideranças sindicais, autoridades políticas e representantes do setor agropecuário, todos engajados na busca por políticas públicas eficazes que garantam a sustentabilidade e o fortalecimento da agricultura familiar.