Expopedras de Ametista do Sul é cancelada em meio a crise no setor de garimpo
Minas foram paralisadas em julho de 2023 após operação policial apontar uso e fabricação indevida de explosivos
A comissão organizadora cancelou a realização da 14ª Expopedras, tradicional feira realizada em Ametista do Sul que aconteceria entre 4 e 10 de março. Segundo o grupo, a decisão leva em conta o cenário de instabilidade da mineração na cidade após a prisão de 15 pessoas e interdição dos garimpos, em julho.
As atividades nas minas de pedras preciosas estão paralisadas desde a operação policial que constatou o uso e fabricação indevida de explosivos. De lá para cá, a Cooperativa de Garimpeiros do Alto Médio Uruguai (Coogamai) se reúne com o Exército e órgãos oficiais para novas inspeções e entrega de documentos necessários para retomar as atividades.
— A não-realização é um marco negativo, pois os comerciantes e empresários sempre vêm embelezar a cidade com as mais lindas pedras ametistas, mas neste ano já estão todos quase sem estoque. Os garimpeiros também eram homenageados. Nesta situação, possivelmente a 14ª edição só sairá em 2026 — disse o prefeito Jadir Kovaleski.
Até 80% da arrecadação do município de 7,4 mil habitantes sai do garimpo de pedras preciosas. Em agosto de 2023, no primeiro mês depois da interdição, a prefeitura afirmou que a cidade deixou de produzir 400 toneladas de pedras.
— A economia foi muito afetada pois perdemos com a baixa nas exportações. Sentiremos os impactos em pelo menos dois anos, pois afeta o ICMS e gera um problema social muito grande. O prejuízo é inestimável, mas deixamos de ganhar de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões, que era a média arrecadada em meio ano — estima o prefeito.
Além na redução da arrecadação, a prefeitura afirma que ajuda nos custos para manter os garimpeiros. Nestes seis meses, foram gastos cerca de R$ 230 mil em cestas básicas, luz e água. Outros R$ 79 mil foram destinados para compra de equipamentos para fábrica de pólvora, doados à Coogamai.
Neste momento, a cooperativa reúne os documentos de autorizações que passaram pela Fepam e Agência Nacional de Mineração (ANM) para enviar ao Ministério Público do Trabalho para a retirada da proibição da atividade. A entrega do pedido, conforme o presidente Ico Zatti, deve ocorrer nos próximos dias:
— Protocolamos tudo e a licença do transporte do produto também foi liberada. Agora nos resta juntar os documentos e encaminhar para o auditor nos liberar. Faremos o quanto antes, pois enquanto isso ninguém está trabalhando.
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