O ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-prefeito de Porto Alegre, Alceu Collares (PDT), faleceu na madrugada desta terça-feira, 24, aos 97 anos. Ele estava internado no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, desde o dia 16 de dezembro, após o agravamento de um quadro respiratório.
Collares, liderança mais antiga do PDT no estado, sofria de enfisema pulmonar há oito anos e havia sido diagnosticado com pneumonia em novembro. Apesar de inicialmente estável, seu estado de saúde piorou na segunda-feira, levando à falência múltipla de órgãos. A morte foi confirmada pelo hospital em um boletim médico emitido nas primeiras horas do dia.
Natural de Bagé, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, Alceu Collares teve uma trajetória marcante na política brasileira. Foi o primeiro e único governador negro da história do estado, cargo que ocupou entre 1991 e 1995. Antes disso, foi prefeito de Porto Alegre de 1986 a 1989, além de vereador e deputado federal por cinco mandatos.
Ao longo de sua carreira, Collares destacou-se pela defesa dos direitos trabalhistas e pelo investimento em educação. Sua oratória eloquente e carisma marcaram sua atuação pública. "Não podia ver um microfone sem declamar uma poesia", recordam os mais próximos, enfatizando seu gosto pela literatura e a habilidade de conectar-se com o público.
Além de sua atuação política, Collares também enfrentou os desafios da época, vivendo em períodos de intensa transformação no país. Foi um dos pilares do PDT no Rio Grande do Sul, ao lado de Leonel Brizola, sendo lembrado como um líder de princípios firmes e grande dedicação às causas populares.
Collares deixa a esposa, Neuza Canabarro, seus dois filhos, Antônio e Adriana, e a enteada, Celina Carvalho. O velório e as homenagens ao ex-governador serão realizados ainda nesta terça-feira, com detalhes a serem divulgados pelo governo do estado e sua família.